Convivência com netos fortalece
vínculos e faz bem à saúde
12/04/2018 - 13:40

O carinho compartilhado por avós e netos faz bem para a saúde tanto da pessoa idosa como da criança, além de ajudar pais que trabalham fora de casa. Porém, é preciso estabelecer limites para que os benefícios da atividade de “bavós” – avós babás de netos – não se transformem em prejuízo ou violação de direitos.

A convivência familiar e social é direito garantido pelo Estatuto do Idoso (Lei 10.741) e incentivada na rede socioassistencial, coordenada pela Secretaria da Família e Desenvolvimento Social. Atividades para esse fim são desenvolvidas nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras).

Falta levantamento oficial no Brasil de quantas pessoas idosas têm a rotina de cuidar dos netos, mas é fácil encontrar amigos ou parentes que deixam as crianças com os avós. No Reino Unido, a estimativa é que uma em cada três trabalhadoras mães depende do auxílio dos seus pais na criação dos filhos. Esse número aumentaria nos países europeus em que a estrutura sociassistencial é menor, como Itália, Grécia e Espanha.

CUIDADOS – Segundo Fabiana Longhi, coordenadora estadual da Política da Pessoa Idosa, da Secretaria da Família, para a criança, há a formação de laços profundos e duradouros, além do vínculo de carinho, de segurança e de referência familiar. “Para as pessoas idosas, estar com netos rejuvenesce e promove aprendizado constante”.

Porém, para que a relação seja boa para todos os envolvidos, é preciso cuidar para que pessoas idosas não assumam o dever dos pais em educar e criar seus filhos. “A relação precisa ser saudável, tanto para as crianças como para as pessoas idosas, já que a criação de netos não é responsabilidade dos avós”, esclarece Fabiana.

A pessoa idosa precisa ter tempo para cuidar da sua saúde física e psíquica e evitar o esgotamento por excesso de atividades. “É fundamental que a pessoa idosa tenha acesso aos netos, mas é necessário ponderar sobre a disponibilidade para essa atividade”, comenta Fabiana.

ALEGRIA – O pagamento pelo serviço é feito com sorrisos, abraços, brincadeiras e muito mais histórias para contar. Para Iracema Ferreira Cruzetta, aposentada de 57 anos, ser bavó é gratificante. “Eu passo por uns problemas de saúde e ficar com meus netos me incentiva a levantar da cama todo dia e querer olhar e brincar com eles. Isso fortalece a gente”.

Iracema é avó de Ana Luíza, de 3 anos, e João Pedro, de apenas cinco meses. “Ficar mais tempo com os nossos netos e ajudar no crescimento deles muda a gente. Ficamos mais sensíveis, mais amorosas e renovamos a experiência. Até nossa expectativa de vida aumenta”.

Fabiana Cruzetta Amaral, filha de Iracema, destaca que a convivência com a avó também é enriquecedora para os netos. “Isso faz bem para o desenvolvimento da Ana, porque quando ela fica na casa da minha mãe, volta com novos aprendizados”.

INTERNACIONAL – Em 2017, a Turquia apresentou uma alternativa para uma situação comum em famílias de baixa renda: avós que cuidam dos netos para os pais trabalharem. Lá, um programa-piloto paga salário a avós que tenham menos de 65 anos e que sejam responsáveis por cuidar dos netos.  

O objetivo é fazer com que os pais – e, sobretudo, as mães – continuem trabalhando. Na Áustria, um programa semelhante, mas para todos os níveis socioeconômicos, paga bônus para quem desempenha essa função na família. A ação ainda soluciona um dos grandes problemas contemporâneos: o abandono do idoso.

INFORMAÇÕES – A Secretaria da Família e Desenvolvimento Social lançou, em fevereiro, o Manual de Prevenção de Acidentes, que traz com uma linguagem clara, formas de driblar acidentes comuns nessa fase da vida.

Além disso, no ano passado, publicou uma cartilha explicativa sobre os direitos da pessoa idosa, que traz as leis e os direitos de forma clara e simples.

Também em 2017, a Secretaria da Família fez uma campanha que valoriza a experiência que pessoas idosas têm para compartilhar. O vídeo pode ser visto AQUI.

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